Poema Para Uma Bailarina Negra - Alfredo Margarido

1ª Edição - teve uma reedição em 2018, 60 anos depois da sua publicação original. Invulgar. 2ª obra do autor. Com um desenho de António Areal, de página inteira, em separado. Esta obra foi dedicada a Regina Coimbra, ao Dr. Mascarenhas Galvão, ao Carlos Coimbra, ao Acácio Barradas, ao Agostinho de Mello Júnior, ao Alfredo Azevedo, ao Aníbal Mello, ao Artur do Cruzeiro Seixas, ao Eleutério Sanches, ao Ernesto Lara (Filho), ao João Charulla de Azevedo, ao José Blanc de Portugal, ao José Mensurado, ao Mário António, ao Silva Júnior e ao Soares Guedes, seus amigos e companheiros de África - contém 9 poemas, sem título, datados de Luanda, 1956. Alfredo Margarido foi um Poeta, Ficcionista, Ensaísta, Tradutor, Investigador, Professor Universitário e Pintor português, que estudou os problemas Sociológicos da África Negra - viveu em África, onde trabalhou na produção agrícola em São Tomé e Príncipe e depois transferiu-se para Angola, onde foi responsável pelo Fundo das Casas Económicas e, regressado a Lisboa, foi Jornalista, Crítico Literário e de Artes Plásticas, tendo dirigido o suplemento literário do «Diário Ilustrado», e colaborou em diversas revistas Literárias e Filosóficas, das quais se destacam «Pirâmide» (1959-1960), «Jornal 57» (1957-1962) e «KWY» (1958-1964). A sua intervenção na Imprensa em Angola foi polémica e viria a ser expulso pelo Governador-Geral Horácio José de Sá Viana Rebelo - exilado em França desde 1964, fez o Curso de Ciências Sociais na École des Hautes Études, em Paris, e ingressou nos Quadros desta Instituição como Investigador, tendo sido Professor de História e Antropologia na Universidade de Paris VII, de Introdução aos Territórios Africanos de Língua Portuguesa na Paris VIII, de Sociologia do Conhecimento e Sociologia do Cinema em Amiens e na Sorbonne, tendo pertencido ao grupo que fundou e publicou, entre 1966 e 1970, os «Cadernos Circunstância» em Paris, uma das mais interessantes excepções ao rasteirismo crítico de muitas publicações ditas Anti-Fascistas. Activista no combate contra o Colonialismo durante o período da Ditadura em Portugal, foi responsável por Antologias de Poesia de Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, editadas pela Casa dos Estudantes do Império - dedicou-se especialmente à Sociologia da Literatura e aos Problemas Africanos e como poeta a sua obra apresentou elementos Surrealizantes, tendo sido um dos introdutores do «Nouveau Roman» Francês em Portugal, colaborou em várias publicações de Sociologia, História das Ideias, Literatura, Filosofia e Antropologia e traduziu, ainda, para o Português diversos Romances e obras de Filosofia. A par da sua vida Académica ligada à Literatura e Ciências Sociais, estudou na Escola de Belas-Artes do Porto (ESBAP) e ainda fez algumas Exposições com obras de Cerâmica no Porto e em Lisboa em 1954 e de Esculturas em Luanda em 1956. Capas de brochura com marcas de exposição solar junto da lombada e com leves picos de acidez. Lombada com marcas de exposição solar, mas agrafo em bom estado, sem ferrugem. Interior das capas de brochura e badanas com leves marcas de exposição solar. Miolo geralmente limpo, mas extremidades com ocasionais picos de acidez. Algumas páginas com vincos nos cantos, em cima e em baixo. "Inicias agora, entre esponjas de solidão, a construção dos altos degraus do templo com uma marcha de fogo nas arestas solares e teus pés abrem na assonância de cobres e cordas os sulcos definitivos onde mergulhamos, triunfantes de subir contigo através da ondulação das árvores ardendo em tua boca de seda... derrubando com teus braços, guilhotinas aéreas, as colunas dos cativos rasgadas de peles preciosas... e teus pés, teus pés, teus pés matam a lua com dentadas de ouro." ("Poema [1]" - páginas 9-10, não numeradas)