Feira Cabisbaixa - Alexandre O'Neill

1ª Edição. Invulgar. 6ª obra de poesia do autor. Com dedicatória do autor "Para o Crítico Literário de «O Século»," assinada e datada de 10/11/1965, na página III. Livro apreendido à época. Com assinatura de posse a tinta azul na página V. Com um "F" a tinta preta no interior da contra-capa. Com um extenso Prefácio "Sobre A Poesia de Alexandre O'Neill" de António Alçada Baptista. Com a sobrecapa original. Obra inserida na prestigiada colecção «Poesia e Ensaio» da Editora Ulisseia. Orientação Gráfica de Espiga Pinto. A presente obra contém 32 poemas e, segundo José Oliveira Barata "foi com o aparecimento de Feira Cabisbaixa (1965) que muitos passaram a conhecer O'Neill. Talvez porque a edição (a da Ulisseia) era a mais acessível, mas, e talvez o mais importante, pela temática quase constante dessa série de poemas: o tema da decadência de Portugal tratado com uma finura, uma observação agudíssima, com uma ironia profundamente trágica..." Alexandre O'Neill foi um Poeta e Publicitário Português, tendo sido um importante poeta do Movimento Surrealista Português - frequentou a Escola Náutica e acabou por seguir a carreira de Publicitário, sendo autor de vários slogans conhecidos. Em 1947 fundou com António Pedro, Mário Cesariny de Vasconcelos, José-Augusto França e alguns outros, o Grupo Surrealista de Lisboa, do qual se viria a afastar mais tarde - autor em que predomina a obra poética, escreveu também Contos e Crónicas e organizou algumas Antologias de Poesia, de autores Portugueses e Estrangeiros, traduziu algumas obras para o Português, colaborou nas principais revistas literárias nas décadas de 1940 a 1980 e escreveu Guiões para Filmes e Teatro. Foi várias vezes preso pela P.I.D.E., sendo a ocasião mais célebre em 1953, quando foi esperar Maria Lamas, regressada do Congresso Mundial da Paz em Viena. Casou com a Cineasta Noémia Delgado em 1957, de quem teve um filho, o Alexandre Delgado O'Neill, que morreu muito novo nos Estados Unidos da América, e em 1971 casou com Teresa Patrício Gouveia, mãe do seu segundo filho, Afonso Gouveia O'Neill - em 1976 sofreu um ataque cardíaco, que segundo o próprio se deveu à vida desregrada que sempre teve e em 1984 teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que antecipou aquele que viria a sofrer, novamente, em Abril de 1986, tendo morrido em Agosto de 1986. Sobrecapa com pequenos vincos em cima e em baixo. Capas de brochura com leves marcas de sujidade. Lombada com uma pequena amolgadela a meio. Interior das capas de brochura com leves marcas de sujidade. Miolo e extremidades levemente escurecidos. "Ó Portugal, se fosses só três sílabas, linda vista para o mar, Minho verde, Algarve de cal... se fosses só o sal, o sol, o sul, o ladino pardal... ó Portugal, se fosses só três sílabas de plástico, que era mais barato!" ("Portugal" - página 3)