O Diário Acusa! - Miguel Urbano Rodrigues

1ª Edição - esta obra nunca foi reeditada. Tiragem de 10.000 exemplares. Obra inserida na Colecção «Nosso Mundo» da Editorial Caminho. Capa de Delgado Godinho. Revisão Tipográfica da «Secção de Revisão da Editorial Caminho». Com parte do talão de reposição original da Editorial Caminho no anterrosto. Com uma Introdução de Fernando Luso Soares, Advogado de Miguel Urbano Rodrigues, intitulada "Depoimento."

Nesta obra, escrita em 10 semanas, mas com material que, em condições normais, exigiria uma classificação e análise que demoraria mais de um ano, são relatados os anos em que o autor foi Director de «O Diário», entre 1976 e 1985, tendo o jornal sido notícia pelo recorde mundial de processos impostos ao mesmo, o que foi noticiado internacionalmente.

Em 1984 o autor era o único Jornalista Português cujas saídas do país dependiam da autorização expressa de um Juiz, facto que estava ferido de ilegalidades - as "mais de mil horas nos Tribunais" a que o autor foi sujeite mostram que "Dez anos após uma das rupturas Revolucionárias mais belas que a Europa conheceu neste século, o Poder é exercido em Portugal por uma classe cujos representantes, para intimidarem os jornais e os Jornalistas, fazem da perseguição a «O Diário» um mostruário da sua política e mundividência. Utilizam como instrumento repressivo das liberdades uma «Lei de Imprensa» concebida e promulgada para as defender e garantir... Destruir «O Diário» tem sido um objectivo de sucessivos Governos Reaccionários... A História confirmará que «O Diário» soube cumprir nestes anos difíceis a sua função social, honrando o lema »A verdade a que temos Direito». (em "Introdução" - páginas 18-19).

Miguel Urbano Rodrigues foi um Jornalista e Escritor Português, que foi Redactor do «Diário de Notícias» entre 1949 e 1956 e Chefe de Redacção do «Diário Ilustrado» entre 1956 e 1957 em Portugal, antes de se exilar no Brasil - no exílio, foi Editorialista Principal de «O Estado de S. Paulo» entre 1957 e 1974 e Editor Internacional da revista Brasileira «Visão» entre 1970 a 1974 e, ao mesmo tempo, participava do «Portugal Democrático», órgão dos Anti-Fascistas Portugueses, que foi publicado, entre 1956 e 1975, também em São Paulo.

Regressou a Portugal depois do 25 de Abril de 1974, tendo sido Chefe de Redacção do «Avante!» (1974-1975), Director de «O Diário» (1976-1985) e, ainda, Assistente de História Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa entre 1974 e 1975. Na actividade Política, foi Presidente da Assembleia Municipal de Moura entre 1977 e 1978, Deputado à Assembleia da República pelo Partido Comunista Português entre 1990 e 1995 e Deputado às Assembleias Parlamentares do Conselho da Europa e da União da Europa Ocidental, tendo sido Membro da Comissão Política desta última. Autor de mais de uma dezena de livros publicados em Portugal e no Brasil, era irmão de Urbano Tavares Rodrigues e teve dois filhos, Maria da Paz Trefaut, Jornalista Freelancer e Artista indígena Brasileira e Sérgio Tréfaut, Cineasta Brasileiro.

Capas de brochura com vincos nos cantos e leve sujidade. Lombada vincada. Interior das capas de brochura com vincos nos cantos e com uma leve mancha de humidade/acidez em cima, na contra-capa. Miolo e extremidades escurecidos, com ocasionais picos de acidez.