MFA: Dinamização Cultural - Ramiro Correia/ Pedro Soldado/ João Marujo

1ª Edição - esta obra nunca foi reeditada. Tiragem de 5.000 exemplares. Obra inserida na Colecção «Biblioteca Ulmeiro» da Ulmeiro. Editor: José Fortunato, ou seja, José Antunes Ribeiro.

Com um texto na contra-capa de Maria Velho da Costa: "É sempre comovente ver um Povo retomar em suas mãos, com angústia e hesitação e pobremente, os seus próprios destinos, os seus modos preferidos de navegar os ventos da História."

Esta obra faz o relato da experiência das diversas Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica promovidas pelo Movimento das Forças Armadas (M.F.A.), de como se procuraram adaptar aos condicionamentos locais, às Populações e aos seus problemas, no pós 25 de Abril de 1974 - "Após o 25 de Abril de 74, o ideal revolucionário encontrou grandes dificuldades em chegar a todo o país. Por um lado o analfabetismo que impede o acesso à informação escrita. Por outro lado a falta de implantação de veículos transmissores da ideologia revolucionária, logo a seguir ao 25 de Abril, como Partidos, Sindicatos, e Associações de Carácter Cultural... A Dinamização Cultural, surge então como uma necessidade sentida de rapidamente arrastar as camadas mais imobilistas e condicionadas pelos factores de obstrução Tradicionais, para transformar um Golpe de Estado em Revolução." (em "Prefácio" - página 9).

Descreve, ainda, como os Artistas, nomeadamente, Cantores, Pintores, Músicos e Actores conseguiram levar a sua Arte e Cultura a locais e populações que nunca antes tinham tido qualquer contacto com esse tipo de realidade.

A obra encontra-se dividida em 5 Partes, a saber: I.) "Uma Proposta de Dinamização Cultural/Campanhas," II.) "Uma Experiência de Dinamização e Acção Cívica/ Campanha «Maio-Nordeste», III.) "O Boletim do M.F.A. e o Socialismo," IV.) "Conclusões" e V.) "Anexos."

Ramiro Correia foi um Militar Português, que fez o 7.º Ano no Liceu Gil Vicente, sendo um grande Activista Desportivo e terminou o Curso na Faculdade de Medicina de Lisboa em 1966 - ingressou na Marinha e foi promovido a Primeiro-Tenente em Janeiro de 1970, tendo desembarcado em Angola em Março de 1971, onde prestou serviço como Médico em Santo António do Zaire.

Foi Membro da Comissão Coordenadora do Programa do MFA da Marinha, fez parte da Junta de Salvação Nacional e foi Membro da 5.ª Divisão do Estado-Maior-General das Forças Armadas, a qual dirigiu, tendo sido Coordenador Principal da Comissão Dinamizadora Central e Membro do «Conselho da Revolução» - a ele se deve a iniciativa depois do 25 de Abril das Campanhas de Dinamização Cultural e Esclarecimento Cívico do M.F.A. - depois de ter sido expulso do «Conselho da Revolução» e de lhe ter sido retirada a Direcção da 5.ª Divisão, foi Desgraduado do seu posto e perseguido na sequência do 25 de Novembro, tendo fugido para o Maputo, em Moçambique - a 16 de Agosto de 1977, quando a família passeava na Baía do Bilene, em Moçambique, o barco virou e todos morreram, excepto o seu filho mais velho, Ramiro Bernardino, que conseguiu nadar para terra, e publicou em vida uma obra de poesia em 1973, "Na Clivagem do Tempo."

Dos outros 2 autores, pouco se conhece - Pedro Soldado, que à data do livro (1976) tinha 24 anos, foi Pastor, trabalhou nas terras do Dr. Gouveia e fez a Guerra Colonial na Guiné e João Marujo, que à data do livro tinha 26 anos, nasceu em Alhandra, emigrou para o Canadá, entrou para a Marinha, fez um Curso, viajou muito e era Sindicalista.

Capas de brochura com vincos nos cantos, com pequenas faltas de papel, com marcas de exposição solar e contacto com outros livros, desgaste junto da lombada e das margens, com pequenas faltas de papel, e com leve sujidade. Lombada com pequenos vincos em cima e em baixo e com pequenas faltas de papel. Interior das capas de brochura e badanas com vincos nos cantos, com marcas de exposição solar e com leves picos de acidez. Miolo geralmente limpo, mas extremidades levemente escurecidas e com ocasionais picos de acidez.